A Guerra na Internet: Anonymous vs. Church of Scientology

Clique AQUI para abrir o índice dos posts mais importantes a respeito da organização criminosa autodenominada religião (O que é Cientologia, Dianética, Quem foi seu fundador L. Ron Hubbard, O Grande Segredo da Cientologia)

O jornal semanal Baltimore City Paper, que circula na região de Baltimore, Estados Unidos, trouxe em sua capa do dia 2 de abril de 2008 uma das matérias mais esclarecedoras a respeito do Anonymous e sua guerra para destruir a organização criminosa da Cientologia.

Se você não tem acompanhado esta revolução, que começou com o vazamento do vídeo de um fanático Tom Cruise dirigindo-se aos seus fiéis, ou se quer apenas saber mais a respeito, esta matéria irá ajudá-lo(a) a compreender melhor sobre esta incrível história que irá mudar o mundo.

Leia a matéria no site oficial (em inglês) clicando aqui. Abaixo, a tradução livre e integral da matéria. Algumas expressões foram adaptadas para melhor compreensão do conteúdo em português.

Anonymous Desafia a Scientology (e Não Teme Nada)

Por Chris Landers

“O telefone toca, e uma voz do outro lado diz que o Anonymous está em um momento crucial.

É 13 de março de 2008, dois dias antes do segundo protesto mundial organizado por um grupo da internet que se denomina como anônimo contra a Igreja da Cientologia, e as coisas estão começando a ficar sérias. Espalham-se rumores de que scientologists estão enviando investigadores do quartel-general em Clearwater, Flórida, para Washington. Chegam relatórios de que “anons” (pessoas envolvidas com o Anonymous) estão sendo seguidas, e uma série de vídeos foram postadas no Youtube mostrando anons sem suas máscaras e listando seus nomes verdadeiros.

Os vídeos surgem juntamente com um vídeo lançado pela igreja, chamado de “Crimes de Ódio do Anonymous” (procure no YouTube por “Anonymous Hate Crimes”) que acusa o grupo de terrorista. Em março, a igreja entrou em Clearwater com um mandado para impedir os protestos dos Anonymous contra a Scientology, mas a autorização para protestar em Washington já havia sido obtida.

As coisas estão indo do jeito previsto pelo ex-scientologist Arnie Lerma, e a paranóia da Cientologia está correndo solta. A voz no telefone é de uma mulher, mas ela não revela seu nome, apenas que já nos conhecemos — e ela deseja continuar anônima.

Bem-vindo ao Projeto Chanology (Project Chanology) — uma batalha entre um grupo anárquico e sem liderança, composto pela sua maioria de ativistas jovens e bem-entendidos em tecnologia, organizados através de fórums online e canais de bate-papo, contra uma religião criada nos anos 50 cujos seguidores acreditam que um escritor de ficção científica definiu o curso para a salvação do mundo.

“Doc” diz que tem horas em que se considera um Anonymous, e em outras horas não. Ele participou dos protestos, mas também se considera um “forasteiro”. Como todos os demais envolvidos com o Anonymous, Doc pede para que seu nome verdadeiro não seja utilizado neste artigo — em parte por causa da reputação da Scientology em lidar cruelmente com seus críticos, e em parte porque, bem, se você irá participar de uma organização baseada no princípio do anonimato, não faz sentido publicar seu nome. Os anons entrevistados neste artigo dizem que na maior parte das vezes uns não sabem os nomes dos outros. Também não há líderes ou porta-vozes oficiais.

“Provavelmente não sou um ‘anon’ típico,” diz Doc, em Hampden. Doc tem cabelos loiros, quase brancos, e ele usa óculos “fundo de garrafa”. “Eu sou um profissional IT, sou um homem de família — tenho quatro filhos, uma esposa, uma casa, bichos de estimação. Não há nada particularmente interessante na minha vida pessoal, então eu passo bastante tempo navegando na internet, no website Digg, provavelmente como faz qualquer outra pessoa. Eu tenho tempo livre demais para ser apenas um intelectual, ler um monte de livros, esse tipo de coisa. Então… quando o Anonymous colocou aquela declaração no Youtube, eu fiquei fascinado.”

A guerra começou com uma declaração do Anonymous no YouTube, que foi publicada em 21 de janeiro. Visualmente, é apenas um filme acelerado de nuvens passando sobre prédios, mas foi a voz computadorizada que tornou o vídeo atraente. Ela diz:

“Olá, Líderes da Scientology. Nós somos o Anonymous.

Ao longo dos anos, nós estivemos observando vocês. Suas campanhas de desinformação; sua supressão de dissidentes; sua natureza litigiosa, todas essas coisas chamaram nossa atenção. Com o vazamento de seu último vídeo de propaganda nos grandes meios de circulação, ficou claro para nós a extensão da sua influência malígna sobre aqueles que confiam em vocês como líderes. Assim, o Anonymous decidiu que sua organização deve ser destruída. Pelo bem de seus seguidores, pelo bem da raça humana, e para nosso próprio prazer, nós iremos expulsar vocês da Internet e sistematicamente desmantelar a Church of Scientology em sua forma presente. Nós reconhecemos vocês como sérios oponentes, e não esperamos que nossa campanha seja completada em pouco tempo. Entretanto, você não irá prevalecer contra a massa enraivecida da nação. Sua escolha de métodos, sua hipocrisia, e a crueldade geral de sua organização tocou o sino de sua própria morte.

Nós somos Anonymous. Nós somos legião. Nós não esquecemos. Nós não perdoamos. Aguardem-nos.”

Até o momento, o vídeo foi visualizado mais de 2.7 milhões de vezes. Para alguns espectadores, esta foi a introdução ao Anonymous. Outros, como Doc, sabiam exatamente o que ele significava.

O Anoymous nasceu em um fórum de imagens online, dirigido em grande parte a fotos e discussões relacionadas com anime — animação japonesa. O site, 4chan.org, criado em 2003 por um administrador que utiliza o nick “moot”, é baseado em um fórum japonês cujo fundador acreditava que ao transformar seus usuários em anônimos seus argumentos seriam julgados apenas por seus próprios méritos. Apesar de ser possível utilizar apelidos no 4chan, isso é ignorado, então geralmente os autores dos posts são listados como “Anonymous” (anônimo), especialmente no fórum caótico do site. Anonymous tornou-se o nome coletivo pelo qual os usuários do site são conhecidos — uma espécie de mente coletiva da opinião popular.

Há outros “chans” e sites relacionados criados e apagados a toda hora. Um wiki humorístico, Encyclopedia Dramatica, traz crônicas de várias pegadinhas de internet, “raids” e dramalhões, mas o 4chan permanece sendo o mais popular. No momento, a Alexa, uma companhia que rastreia a popularidade de sites para publicidade, lista o 4chan.org como o 56º site mais popular dos Estados Unidos. O fórum aleatório, ou “/b/” como é chamado, é a área mais popular do 4chan.

O /b/ tem sua linguagem própria, em grande parte complicada e propositalmente absurda. Usuários chamam uns aos outros por palavrões, e praticamente qualquer coisa é chamada de “fag” (sinônimo pejorativo para homossexual), o que é uma de suas convenções menos ofensivas. Há regras determinadas pelos moderadores — para o /b/ é basicamente a proibição de pornografia infantil — mas mesmo isto é objeto de piadas. O verdadeiro princípio norteador do fórum é que nada é sagrado ou fora dos limites, e /b/ irá rapidamente ofender qualquer pessoa capaz de ser ofendida. Frequentemente o verdadeiro sentido da mensagem está contido na foto que a acompanha. “Lolcats”, as fotos inexplicavemente populares de gatos com legendas engraçadinhas de gramática errada, começaram com a tradição semanal do “Caturday” do 4chan (publicação de fotos de gatos tiradas no sábado).

Usuários recomendam aos novatos passear pelos fórums por alguns meses, antes de postar qualquer coisa, sob o risco de ser ridicularizado (“LURK MOAR NEWFAG” – algo como “vasculhe, procure melhor, novato”). Se você não acha nada de interessante em postar ou re-postar versões diferentes da frase “Eu acho o Halo um carah mutio legal. Eleh mata aleins e não temeh nada”, então /b/ não é o seu lugar ou você precisa vasculhar mais. No colegial da internet, /b/ é o moleque com uma coleção de canivetes e um armário cheio de material pornô.

Algumas vezes as piadas vão longe demais, como no caso de 2006, quando um garoto de 22 anos do Estado de Wisconsin postou planos para explodir bombas em estádios de futebol americano espalhados pelos Estados Unidos. O FBI foi notificado, e quando o homem eventualmente declarou-se culpado das acusações de “comunicar um falso ato terrorista”, o Jornal Milwaukee Sentinel citou um oficial do FBI que disse que “a credibilidade disso estava além do ridículo.” /b/ adicionou outra regra, removida posteriormente: “não mexam com o football.”

Mas o Anonymous é imprevisível. No ano passado, quando um usuário do Texas ameaçou explodir bombas em uma escola no dia seguinte, outros 4channers utilizaram informações da foto que ele postou para notificar o FBI de suas intenções. O Jornal The Austin American-Statesman relatou que quando os oficiais efetuaram buscas em sua casa, “todos os objetos encontrados eram aparentemente brinquedos.”

Em 2006, um noticiário especial da afiliada da Fox em Los Angeles deu um pouco de notoriedade ao Anonymous ao utilizar uma filmagem encenada de uma van explodindo para ilustrar a ameaça que o grupo representava e chamando-os de “hackers com esteróides” e “máquina de ódio da internet,” adjetivos que entraram na lista de piadas internas dos anons. A Fox acusou o grupo de, além de mexer com o football, postar ameaças em páginas do MySpace e espalhar o final do mais novo livro de Harry Potter. Um blogger da revista Wired escreveu que “este “relatório de notícias” é a pegadinha mais engraçada no fórum que alguém já conseguiu.”

No ano passado, o Record, de Bergen County, New Jersey, relatou que Hal Turner, um apresentador de rádio racista, processou o 4chan e outros sites após inúmeros anônimos fazerem “raids” com pegadinhas contra seu show e seu site, tirando ele do ar. Uma “raid” é a versão do século 21 do trote telefônico, mas com dezenas e até mesmo centenas de pessoas ligando — prendendo as linhas telefônicas, enviando faxes de páginas pretas para desperdiçar tinta, e, acima de tudo, floodar os sites com “requests” até que eles sejam derrubados.

Uma mitologia criou-se ao redor dos Anonymous — slogans irônicos e sérios ao mesmo tempo e “fatos” sobre o grupo misterioso de hackers com esteróides e sua busca por “lulz” (que surgiu do termo LOL – Laughting out loud, algo como “rindo muito alto”).

Anonymous é legião. Anonymous não perdoa. Anonymous não esquece. Anonymous apenas se compromete com assuntos sérios. Anonymous: porque nenhum de nós é tão cruel quanto todos nós juntos. Anonymous assistiu demais ao “Clube da Luta”. Anonymous não é seu exército pessoal. Anonymous entrega. O nome verdadeiro dos Anonymous é David. Anonymous odeiam cães. Anonymous gostam de Mudkips (personagens do desenho Pokémon). Anonymous está dentro apenas pelos “lulz”.

A Scientology, por outro lado, leva-se muito a sério. Cara a cara com a discussão caótica e sem limites da internet, a igreja procurou manter controle sobre o incontrolável. Desde o eBay, onde as vendas de E-meters (um detector de mentiras primitivo usado nas sessões de aconselhamento da Scientology, chamadas de audições) foram canceladas, até o Google, que recebe a todo momento notificações de advogados da igreja para remover links de sites e newsgroups considerados ofensivos. Nenhuma infração passa despercebida. Um comentário da revista US Weekly sobre um terno brilhante utilizado pela ex-senhora Tom Cruise, Nicole Kidman (“Bonus: este terno especialmente desenhado repele scientologists), atraiu uma carta dos advogados da celebridade e scientologist Kirstie Alley, exigindo que o autor fosse despedido e que a publicação se “desculpasse e se comprometesse a investigar por que optaram por alimentar animosidade e preconceito contra scientologists.”

O INÍCIO DA GUERRA

O incidente que iniciou os últimos protestos do Anonymous foi tão besta quanto o acima — um vídeo interno da igreja postado no site de fofocas Gawker que mostrava Tom Cruise discursando para sua religão. Cruise aparece como um verdadeiro crente de olhos esbugalhados, e o incidente provavelmente seria esquecido, como seus pulos no sofá do programa da Oprah Winfrey — entretenimento mediano mas não o suficiente para iniciar uma revolução — se os advogados da Scientology não tivessem tentado obrigar o Gawker a remover o vídeo, sob o argumento de que ele violava as leis de Direito Autoral, e era para ser apresentado apenas pelas igrejas autorizadas apenas com “propósitos religiosos”. Gawker recusou-se a remover o vídeo, sob o argumento que o vídeo merecia ser notícia, e publicou a carta da igreja. De alguma forma, isto foi a gota d’água para o Anonymous.

Tom Cruise diz que os scientologists são os únicos que podem ajudar.

Em 15 de janeiro, um usuário do 4chan postou a seguinte mensagem:

“Eu acho que é hora do /b/ fazer alguma coisa grande.

As pessoas devem entender que não devem “fuder” com o /b/, e falar sobre coisa nenhuma por dez minutos, e esperar que as pessoas dêem seu dinheiro para uma organização que não faz “porra nenhuma” de sentido.

Eu estou falando em “hackear” ou “derrubar” o site oficial da Scientology.

É hora de usar nossos recursos para fazer algum em que acreditamos que é certo.

É hora de fazer alguma coisa grande de novo, /b/.

Converse um com o outro, encontre um lugar melhor para planejar e façam o que pode e deve ser feito.

É hora, /b/.”

A resposta estava longe de ser unânime: “É, boa sorte com esse fracasso (fail),” escreveu outro usuário.

Outro: “Eu não concordo, nós podemos fazer isto. Nós somos Anon, e nós somos super-heróis da interweb. Quem além de nós pode lutar contra esta abominação de fé e capitalismo? O que JFK diria? Ele provavelmente diria algo como ‘Ei, Marilyn, isso aqui não vai se chupar sozinho.’ Mas ele também iria querer que nós fizéssemos isto.”

A raid ganhou popularidade — primeiro com a declaração no vídeo, depois com uma “Chamada da Internet às Armas,” também lançado no YouTube. De início, a raid do Anonymous contra a Scientology seguiu o padrão de sempre. De acordo com uma declaração oficial da Scientology, suas igrejas ao redor dos Estados Unidos receberam mais de 6.000 “ligações de ameaças e assédios” desde 17 de janeiro.

Desta vez, no entanto, o Anonymous começou a receber mais membros, já que pessoas que nada tinham a ver com o 4chan aderiram ao movimento. O Anonymous tornou-se na última brincadeira interna que saiu de seu site e rodou pela internet, levando com ele piadas internas do 4chan como “longcat, que é comprido”, máscaras do Guy Fawke (do filme “V for Vendetta” mas que também representa um personagem do 4chan chamado de “Homem Fracasso Épico – Epic Fail Guy”, porque, bem, ele é um fracasso), e “Rickrolling” (enganar alguém para que assista ao vídeo da música “Never Gonna Give You Up”, de Rick Astley, possivelmente o pior video clipe já filmado).

A julgar pelos posts do /b/ no 4chan e outros chans, um significativo número de usuários estavam descontentes com a raid e a atenção que ela havia obtido. Alguns dos outros chans chegaram a convocar raids para protestar contra os protestos, somente para sabotar o projeto. Basicamente, eles alegavam que sua “máquina de ódio da internet” havia sido sequestrada e eles a queriam de volta. Ao ser solicitado para comentar sobre este artigo, o dono do 4chan, “moot”, respondeu que “Isso é realmente algo que não tenho interesse em discutir. Não é algo com o qual estou envolvido ou em posição de comentar.”

THE WISE BEARD MAN

Em 27 de janeiro, o Anonymous mudou seu curso. Em sua campanha contra a Scientology, o Anonymous deparou-se com um grupo antigo de críticos da igreja e ex-membros. Basicamente, Mark Bunker pediu para eles pararem o que estavam fazendo.

Bunker, um filmmaker e antigo crítico da Scientology, também possui o site XenuTV.com, um site com vídeos e informações críticas à igreja. Em um vídeo postado no YouTube, Bunker, barbudo e de fala suave, se dirige à câmera em uma “Mensagem para o Anonymous”. Ele diz que as ações do grupo — as ligações telefônicas, faxes e ataques aos sites — estavam prejudicando críticos da igreja, que trabalhavam há anos para documentar o que eles viam como abusos da organização. Ele pediu que os Anonymous seguissem um curso diferente — para protestarem pacificamente, nos limites da lei. Para a surpresa de todos os interessados, o Anonymous escutou. A resposta foi postada e re-postada por toda a internet até se tornar em outro slogan: “O Homem Barbudo é Sábio. Suas palavras são sábias, sua face é barbuda” (Wise Beard Man is Wise. His words are wise, his face is beard).

10 DE FEVEREIRO DE 2008

Protesto dos Anonymous, mascarados para não serem perseguidos pela Scientology

O primeiro protesto na vida real do Anonymous, em 10 de fevereiro de 2008, atraiu, nas contas do próprio grupo, cerca de 8.300 pessoas ao redor do mundo. Eles usaram máscaras para preservar seu anonimato, favorecendo as máscaras de Guy Fawkes, mas também bandanas, máscaras de gás, e, em Washington, pelo menos uma fantasia completa do Burger King. Os vídeos e a raid atraiu muita atenção da mídia, desde o Los Angeles Times até o The Economist. Washington teve um dos maiores grupos, com cerca de 200 protestantes. Fórums locais, como o AnonymousDC.com (“Amigos dos Anonymous, Baltimore), foram criados; o Enturbulation.org (o nome é uma referência ao termo da Scientology para desordem) agiu como um site de coordenação mundial.

O Anonymous é um grupo paranóico. Uma das primeiros anons contactada para esta matéria se ofereceu para dar entrevista por telefone, mas somente após ela conseguiu um celular descartável. Uma semana antes do protesto do dia 15 de março (o segundo protesto do Anonymous), um grupo de anons concordou em dar entrevista em uma cafeteria do outro lado da rua da Igreja da Scientology em Washington, com a condição de que eles permaneceriam anônimos, e com o acordo de que eles não estavam falando em nome do Anonymoous, mas apenas por eles mesmos.

Mesmo para alguém que não foi convidado para a entrevista, não seria difícil encontrar nossa reunião. Como quase tudo que o Anonymous faz, isto estava disponível nos sites para qualquer pessoa ver, e ao observar a cafeteria seria fácil distingui-los. Eles eram jovens, a maioria com vinte e poucos anos, vestidos em estilos diferentes, de camisas a jaquetas de couro. Após um momento de silêncio, um deles oferece ao reporter a coisa mais próxima à uma senha que alguém poderia imaginar: “você gosta de mudkips?” e então todos os outros concordaram em não mencionar os memes (espécie de brincadeira) do 4chan.

Todos eles deram razões um pouco diferentes umas das outras do porque envolveram-se, mas todos estavam comprometidos com a causa.

“Anonymous não é uma organização,” explica um homem do norte da Virgínia. “Se você usa a internet, e você a utiliza de uma forma em que a liberdade de expressão é suprema, e você quer usá-la como uma forma de ver e experimentar coisas sem ser guiado pela grande mídia, pela Madison Avenue ou por interesses específicos, então potencialmente você pode ser um membro do Anonymous.”

Uma mulher com um penteado moicano rosa interrompe: “eu acho que é um grupo de pessoas cujos olhos foram abertos sobre o quão errado a Scientology é, e eles não querem ficar sentados e deixar aquilo continuar. Eles querem fazer alguma coisa a respeito.”

Outro anon — um estudante de matemática e física — continua: “Também, quando você olha de verdade para o Anonymous, há Anonymous em todos os fórums, todos os blogs que você vai, em todos os lugares. É alguém que não quer dar seu nome, sua nacionalidade ou qualquer coisa. É multinacional, multicultural, multidenominador. Você tem judeus, ateístas, mórmons, cristãos, hindus, budistas, wiccanos, unitarianos, o que seja, que estão se unindo, que é basicamente a massa coletiva… a mente da massa coletica da internet.”

Homem do norte da Virginia: “Qualquer um que quiser pode ser Anonymous e trabalhar em função de uma série de objetivos… nós temos esta agenda na qual todos concordam e todos coordenam-se e agem, mas todos agem independentemente pelos objetivos, sem nenhum desejo de reconhecimento. Nós somente queremos fazer algo que achamos importante… o que o Anonymous está fazendo agora — pode dominar seu tempo livre, mas não é uma coisa que irá mudar sua vida porque você é parte dela. Mas você é.

Garota de moicano: “Um monte de pessoas aderem a causas para dizer “Olhem para mim! Eu faço parte desta causa!” mas para nós é como, “Isto é errado, nós queremos fazer alguma coisa a respeito. Não prestem atenção em quem somos nós.”

Uma mulher com um chapéu de pele, sentada próxima a mulher de moicano rosa diz: “Para mim é uma ação social. Eu estive procurando alguma coisa que eu achava que poderia fazer a diferença, e isto parece que já está fazendo a diferença. Nós estamos tendo bastante respostas da comunidade de ex-scientologists, e um monte de pessoas que deixaram a igreja e estiveram com medo de falar agora vêem o Anonymous como uma forma de falar — como uma forma de contar suas histórias sem ter que dizer quem são. Então eles realmente podem falar sobre suas experiências e os abusos que viram e sofreram.” Ela menciona o site ExScientologyKids.com (“Eu nasci. Eu cresci. Eu escapei.”), criado recentemente por jovens parentes de membros a alta hierarquia da igreja.

Homem do norte da Virginia: “O Anonymous existia mesmo antes dessa coisa da Scientology. Anonymous existia antes de ser chamado de Anonymous. Anonymous é um fenômeno. Você tem os websites — Wikipedia, 4chan — lugares onde qualquer um pode postar e contribuir, e todos tem voz igual.

Mulher de moicano: “Está até mesmo em sites como o MSNBC, em qualquer lugar que tiver comentários para os artigos.”

Homem do norte da Virginia: “A liberdade da internet permite as pessoas terem uma consciência social que está rapidamente evoluindo.”

Outro anon diz: “E os medos e visões parciais foram removidos, porque você tem a liberdade de dizer o que realmente pensa.”

Em relação a Scientology, o homem do norte da Virgínia diz, “quando toda essa coisa do vazamento do vídeo explodiu, foi a gota d’água. O Anonymous decidiu dizer ‘Ok, nós vamos resolver isto’ — e então alguém publicou aquela declaração, e um monte de pessoas disseram, ‘Oh — acho que concordo com isso.’ E então outra pessoa decidiu ‘eu vou pegar meu dinheiro e comprar um site onde poderemos começar um wiki.’ e outra disse, ‘eu vou usar algum dinheiro e começar um fórum para organizar os protestos.’ Rapidamente, todo mundo investiu, porque todo mundo fez sacrifícios. E agora nós estamos aqui, e agora esta é a nossa causa, e está crescendo, porque as pessoas vêem que esta entidade está fazendo isso, e apresentando a sua causa. E as pessoas continuam sendo atraídas para a causa.”

Por e-mail, Doc descreve o Anonymous como a “primeira superconsciência com base na internet.” Anonymous é um grupo, no sentido de que um “bando” é um grupo de pássaros. Como você sabe que é um grupo? Porque eles estão viajando para a mesma direção. Em um determinado momento, outros pássaros podem juntar-se a eles, deixá-los, mudar totalmente de direção. Um cartaz popular nos protestos dos Anonymous diz: “Ah ‘fudeu’, a Internet está aqui.” (Oh Fuck The Internet is here.)

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No protesto de 15 de março, um anon com cerca de 30 anos que diz trabalhar para a Agência de Segurança Nacional, compara o Anonymous com a Guerra Contra o Terrorismo — você pode lutar contra terroristas, mas não pode lutar contra uma idéia. O Anonymous, diz ele, é uma idéia. Ao mesmo tempo em que diz isso, ele está usando um terno e uma máscara cirúrgica, parado em uma esquina ao lado da igreja da Scientology em Washington, enquanto alguém lê os arquivos militares de L. Ron Hubbard pelo sistema de som.

Crítico da Scientology de longa data, Arnie Lerma faz um discurso, assim como Jeanne-Marie Boucher, que foi criada na igreja. Boucher, 25 anos, culpa a igreja por levar seu pai a se suicidar em 2001. Seu pai, um membro da staff da igreja em Washington, enforcou-se após ter sido negado audições, que são as sessões de aconselhamento necessárias para subir dentro da igreja e em seu sistema de crenças. Jeanne diz que seu pai ficou desapontado após executivos da igreja questionarem sua lealdade — acusando-o de ter sido sofrido lavagem cerebral por forças externas. “Ele se matou,” diz ela. “Ele achou que se ele morresse, ele poderia retornar em outro corpo, em outra vida, e receberia mais audição da Scientology, e continuar subindo na “Ponte para a Liberdade Total.”

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Jeanne Marie Boucher, cujo pai suicidou-se após ter sido negado continuar a receber audições da Igreja da Scientology. Ao final de seu discurso, ela agradeceu a igreja por partir seu coração.

Jeanne também participou do protesto do dia 10 de fevereiro, apenas para ver como ele sairia, e desde então tem participado do fórum de discussões do site Ex Scientology Kids. No seu discurso de 15 de março, Jeanne está nervosa e com lágrimas, mas resiste, gritando para a igreja do outro lado da rua, “Por que vocês estão preocupados? Do que vocês estão com medo?” Ao final de seu discurso, ela vira-se para a igreja e diz, “Eu gostaria muito de agradecer vocês por partirem meu coração.”

Do outro lado da rua, um homem de máscara verde diz que seu nome é “David.” Ele viajou “muitas horas” para estar aqui e está hospedado em um hotel. Ele diz: “Se eu estou aqui pelo ‘lulz’? Sim, caralho. Sem o /b/, você não tem espetáculo, e sem espetáculo, ninguém liga. Esses pobres sujeitos, Arnie (Lerma) e Mark Bunker e os demais, eles estiveram fazendo isto por anos, mas sem espetáculo, ninguém prestou atenção. Você não tinha diversão. É isso que o /b/ trouxe — ele trouxe alguns jovens, ele trouxe alguma energia.”

A única informação pessoal que “David” fornece é que ele é um “goon” — um membro do fórum do site de humor SomethingAwful.com. Foi lá que ele viu pela primeira vez a informação sobre a raid, e decidiu envolver-se. “A internet tem problemas com a Scientology desde o ARS,” diz David, referindo-se ao alt.religion.scientology, um boletim da Usenet que tornou-se centro do primeiro embate entre a Scientology e os internautas, nos anos 90. “É meio que a natureza da besta. É isso que a internet é — é informação gratuita para quem quiser. Os dois (a Scientology e a internet) são diametricamente opostas.”

Ele acena com seu braço para o grupo de protestantes na esquina: “não há nenhuma dúvida que isto irá acontecer.”

Quando David fala “desde a época do ARS,” uma das pessoas das quais ele se refere é Arnie Lerma, um ex-scientologist que criou e administra o site lermanet.com de sua casa em Arlington, Virginia. Em 1995, Lerma postou documentos da igreja para o newsgroup alt.religion.scientology. Naquele tempo os documentos estavam disponíveis em uma corte na Califórnia, mas esses documentos foram selados posteriormente. A revista Wired, então com poucos anos de vida, chamou o processo por infração aos direitos autorais de “uma guerra violenta com munição de verdade,” pois o “Religious Technology Center” (Centro de Tecnologia Religiosa) da igreja havia processado Lerma e o jornal Washington Post (para quem ele havia disponibilizado os documentos) em uma corte da Virginia.

O LÍDER GALÁTICO XENU

Os documentos, que contém ensinamentos religiosos da igreja, incluem a agora extensamente publicada história de Xenu, um imperador galático que reuniu outros aliens, enviou-os para a Terra e matou-os, forçando-os a habitar os corpos da raça humana. A história de Xenu foi a base para um controverso episódio da série South Park, que tirou sarro da igreja e das celebridades scientologists Tom Cruise e John Travolta. Scientologists dizem que a história foi tirada de seu contexto pelos críticos da religião, e que ela informa apenas uma pequena fração dos textos de L. Ron Hubbard, o fundador da Scientology.

O processo contra o The Washington Post foi arquivado — o juiz sentenciou que o uso dos documentos enquadravam-se no “fair use”, ou seja, uma exceção prevista na lei de Direitos Autorais. Lerma recebeu uma fiança de U$ 2.500,00 e recebeu a ordem para não distribuir os documentos novamente. Mas a crítica a Scientology de Lerma, um engenheiro de áudio autônomo, tornou-se uma espécie de crusada. O Religious Freedom Watch, um grupo da Scientology, descreve Lerma em seu site assim:

Arnaldo (Arnie) Lerma ataca religiões minoritárias na internet, assedia e intimida paroquianos com correspondências de ódio, e planeja e participa de demonstrações que sabidamente tornam-se violentas. Ele também administra um canal clandestino na internet onde extremistas anti-religiões encontram-se para disseminar hostilidade e planejar atos de agressão contra a Igreja da Scientology e seus paroquianos.

Lerma mantém seu senso de humor sobre tudo isso, e às vezes é até difícil saber quando ele está brincando. Quando ele retorna uma ligação do repórter, ele se desculpa por não tê-lo feito antes porque ele teve que participar de uma manifestação neo-nazista. Ele está brincando sobre isso, mas ele leva a Scientology muito a sério. “Eles falam algumas coisas ruins sobre mim,” diz ele.

Lerma foi um scientologist entre 1967, quando era um hippie de 17 anos de idade atraído pelas armadilhas científicas da religião, e 1976, quando, segundo ele, foi forçado a sair. Sua batalha com a igreja começou no início de 1994, quando a lista de websites na internet era pequena o suficiente para caber em um livreto, bem quando Lerma deparou-se com um newsgroup chamado alt.religion.scientology.

“Eu fiz o login no newsgroup,”, lembra-se Lerma, “e postei uma mensagem — ‘Oi, eu sou Arnie Lerma. Alguém se lembra de mim?” Ele recebeu uma resposta de uma pessoa que ele não via a 25 anos, que apresentou-o para um grupo renegado de scientologists. O newsgroup consistia em 12 pessoas. “Nós estávamos apenas compartilhando histórias,” ele se recorda.

Ele começou a postar no newsgroup, que tornou-se um centro de documentos que a igreja não queria que se tornassem públicos. A igreja contactou os provedores de serviços de internet para que o newsgroup fosse removido de seus servidores. Quanto mais a igreja lutava para controlar rigorosamente as informações, mais os ativistas online acreditavam que as informações deveriam ser disseminadas.

Lerma planejou aposentar-se de seu ativismo no final do ano passado. Problemas nas costas e um telefone que não parava de tocar estavam cansando-o. Ele sempre acreditou que a Scientology iria acabar de repente, “como o muro de Berlim”. Quando os Anonymous surgiram em cena, ele mudou de idéia sobre sua aposentadoria. Isto, pensou ele, poderia ser o que estava esperando: “Todos nós da velha guarda estávamos em transe. Nós estávamos nos segurando apenas pelas pontas dos dedos.”

10 DE FEVEREIRO E LISA MCPHERSON

Três semanas após o pedido de Mark Bunker ao Anonymous, o primeiro protesto na vida real foi realizado em frente a igrejas da Scientology pelo mundo todo. O dia 10 de fevereiro foi escolhido por ser o aniversário de Lisa McPherson, uma scientologist cuja morte em 1995 foi objeto de processo na Florida; sua família e uma fundação criada com o seu nome disseram que a igreja era responsável pela sua morte por negar a ela cuidados médicos apropriados. As acusações criminais feitas contra a igreja foram arquivadas em 2000, de acordo com o jornal St. Peterburgh Times, e o processo cível chegou a um acordo em 2004 por um valor não revelado.

De acordo com um dos anons na reunião da cafeteria em Washington, “a Scientology é vista no momento, de acordo com a internet, como a infecção mais horrenda, o que impede que suas operações realizem-se com a sutileza necessária, de assim de uma forma nós voltamos nossa atenção a ela. Mas o que começou a acontecer é que você começa a ver o efeito real que ela tem em pessoas reais, bem além do ângulo da liberdade de expressão. E é isso que atraiu mais pessoas e as fizeram aparecer fisicamente no protesto no dia do aniversário de uma mulher que morreu por causa dessa seita, ou organização, ou o que quer que você queira chama-la.”

RICKROLL

Um protesto do Anonymous é uma coisa surpreendentemente organizada. Na manhã do dia 15 de março, ele iniciou-se no Dupont Circle, e seguiu-se em marcha para o local de protesto do outro lado da rua da igreja (ao som de Rickroll tocado por caixas de som de aparelhos portáteis). O boato dos investigadores particulares vindos da Flórida nunca se materializou — a única prova que havia alguém dentro da igreja era um homem sério na sacada do segundo andar do prédio filmando o que acontecia do lado de fora, e alguns scientologists que ocasionalmente saíam do prédio e andavam em círculos dentro da multidão, segudando câmeras e tirando fotos dos protestantes.

Um protestante usando um saco na cabeça para complementar um terno e gravata se identifica como “O Cara de Interrogação” e repetia vários outros anons ao dizer que seu “objetivo final é o desmantelamento da encarnação atual da Igreja da Scientology, e obter a revogação do status de isenção tributária da igreja. Os scientologists podem continuar a praticar sua religião de qualquer maneira ou forma que quiserem, desde que eles não desrespeitem as leis quando o fizerem.”

As organizações da Scientology recebeu isenção tributária em 1993, em um incomum acordo selado que foi posteriormente publicado pelo The Wall Street Journal. O acordo foi o resultado de uma batalha entre a igreja e o IRS (Receita Federal norte-americana) que durou por cerca de 30 anos e, de acordo com o The Wall Street, a igreja concordou em pagar U$ 12.500.000,00, retirar milhares de processos de assédio contra o IRS, e criar um “comitê da igreja para adequar-se a tributação.” O IRS cancelou taxas aplicadas sobre os líderes da igreja e suas organizações e concedeu status de isenção tributária para todas as entidades da Scientology nos Estados Unidos.

THE NEW YORK TIMES

O New York Times (clique aqui para ler a outra grande matéria da Time Magazine) relatou naquela época que investigadores particulares foram contratados pela igreja para se aprofundarem nas vidas dos oficiais do IRS, críticos do IRS foram financiados e empresas de fachada e falsas organizações de notícias foram criadas para reunir informações sobre críticos da igreja. Como parte da “Operação Snow White”, onde a igreja aplicou o mesmo procedimento contra o governo federal, documentos governamentais a respeito da Scientology foram encontrados e destruídos ao redor do mundo. Após o FBI realizar buscas em escritórios da igreja em 1977, onze pessoas foram mandadas para a prisão pela sua participação na Operação Snow White, incluindo Mary Sue Hubbard, esposa do fundador da igreja L. Ron Hubbard, que foi também um co-conspirador não indiciado. A igreja declarou seus inimigos “fair game”, um termo usado por Hubbard em uma carta de política em 1965. A política é citada pelos críticos, apesar dos scientologistas dizerem que ela foi cancelada a muito tempo.

Um dos cameraman da Scientology nos protestos, um homem com cabelos brancos encaracolados e um sorriso pensativo, recusou-se a fazer alguma declaração para este artigo, fazendo uma longa pausa suficiente para dizer, “a pessoa com quem você quer falar é Sue Taylor, que está lá dentro.”

Sue Taylor, a presidente da Igreja da Scientology de Washington, está ocupada porém mais tarde concorda em fazer uma reunião. Ela sugere uma visita a uma casa de L. Ron Hubbard próxima, a primeira Igreja da Scientology.

A RESPOSTA DA SCIENTOLOGY

Um tour pela casa de L. Ron Hubbard, na rua 19th próximo à estação de metrô Dupont Circle, inicia-se na sala de entrada, onde uma coleção de impressos contam a história inicial do fundador da Scientology. De acordo com os materiais, ele nasceu em Tilden, Nebraska, antes de completar seis anos de idade foi eleito “irmão de sangue” por uma tribo de índios Blackfoot das proximidades, e tornou-se o mais jovem escoteiro “Eagle” na história do país aos 13 anos de idade, antes de ter sido enviado para viajar pelo planeta. De acordo com o livro “O que é Scientology”, suas viagens o levaram de Guam para a China antes de retornar aos Estados Unidos para terminar o segundo grau. Durante os três anos seguintes, de acordo com sua biografia oficial, ele estudou física na George Washington University, conduziu sua “primeira experiência a respeito da estrutura e função da mente,” ingressou na Marinha, tornou-se “um dos melhores pilotos do país,” organizou uma viagem de 5 mil milhas a bordo de uma escuna de quatro mastros e atuou e escreveu para uma estação de rádio local. Ele também encontrou tempo para publicar o jornal do colégio, escrever sua primeira ficção publicada, conseguir recordes de vôo e apresentar relatórios sobre condições perigosas de aeroportos. Quase todos os aspectos da biografia oficial de Hubbard é desafiada pelos críticos da Scientology.

Em 1934, ele começou a escrever ficções populares, em sua grande maioria, pelos 15 anos seguintes, com algumas pausas para conduzir experiências. De acordo com o livro “O que é Scientology?”, “lidando com o sistema endócrino. Ele descobre que, ao contrário do que se acreditava a muito tempo, a função monitora a estrutura. Com esse avanço revolucionário, ele começou a aplicar suas teorias no campo da mente e assim melhorou as condições dos outros.” Após estudar criminosos como “Oficial Especial de Polícia no departamento de Polícia de Los Angeles,” e pacientes de hospitais e prisões-hospício em Savannah, Ga., Hubbard acomodou-se para escrever o livro Dianética, expondo suas teorias em saúde mental. A crítica do New York Times disse à época que a Dianética é um “conjunto de teorias fantasiosas sem provas,” mas apesar disto, o livro tornou-se um best seller. Em 1955, Hubbard fundou uma igreja baseada em suas crenças em Washington, que hoje tem filiais pelo mundo todo.

Mais tarde, de volta à mansão restaurada que agora serve como quartel-general de Washington, Taylor e Sylvia Stanard, diretora regional da igreja para assuntos externos, sentaram-se para uma entrevista. Taylor pede para que a conversa não seja gravada. Ela diz que teme fazer citações erradas de Hubbard, e diz preferir que tais informações venham diretamente de seus textos e declarações oficiais da igreja. Eis o que a igreja tem a dizer sobre o Anonymous:

“Não há dúvidas de que, considerado como um todo, as ações das últimas semanas constituem crimes e discursos de ódio. Igrejas da Scientology têm sido objeto de ameaças de bomba por telefone; ameaças de bomba foram feitas em salas de bate-papo na internet; 22 igrejas da Scientology foram objeto de correspondência com falso anthrax; emails enviados para os servidores da igreja continham mensagens de ódio, ameaças de bomba, ameaças de morte, ameaças de incêndio da igreja e ameaças vagas de destruir a igreja; ameaças de morte, outras ameaças e comunicações denegrindo a religião e seus seguidores também foram recebida do Anonymous por fax. Em um fax, o Anonymous faz uma nota que ele pretende “profanar artefatos religiosos” da Scientology porque “beneficia a eles”.

A declaração vem acompanhada de um vídeo — o mesmo postado pela igreja no YouTube. Ela foca-se em uma ameaça em particular — postada no dia 13 de fevereiro — ameaçando explodir “igrejas da Scientology por todos os Estados Unidos e territórios sob o poder do governo da Comunidade das Nações (Commonwealth, associação de territórios dependentes do Governo Britânico).” Membros do Anonymous negam qualquer envolvimento com a ameaça e solicitou ao YouTube que retirasse o vídeo sempre que fosse postado. Quer tenha sido ou não uma ação oficial do Anonymous, ela ilustrou os problemas de um grupo sem estrutura pré-estabelecida ou liderança — poderia ter sido qualquer um.

Stanard vem pesquisando sobre o grupo, verificando o 4chan. Seu veredito: “anti-semita, racista, simplesmente esquisito.”

Ambas as mulheres disseram que a igreja de Washington recebeu ligações telefônicas que vão do ameaçador ao simplesmente esquisito. Stanard diz ter recebido um telefonema no dia anterior de alguém que dizia “ter um puma esperando por mim.” Ela não sabe o que pensar sobre aquilo.

“Quando eu estava crescendo aquilo era um trote,” diz Taylor. “As coisas mudaram. Após 11 de setembro, essas coisas não são mais trotes.”

“Deve ter alguém que decidiu ficar furioso e escrever este manifesto,” diz Stanard. Mas os protestos são “na maioria crianças, seguindo cegamente.” Eles obtém suas informações de dois ou três antigos como Arnie Lerma,” mas “os demais só estão ali pela brincadeira — eles estão entediados.”

“Veja o primeiro manifesto,” diz Stanard. “Eles dizem que irão nos expulsar da internet. Como você justifica aquilo baseado apenas em retirar um vídeo? Quem quer que esteja fazendo isso está incitando o ódio. Eles podem não estar cometendo atos de terroristmo eles mesmos, mas estão incitando os demais.”

“Noventa e nove porcento desse pessoal está apenas procurando diversão,” interrompe Taylor. “Mas e quanto aquele cara que atualmente faz alguma coisa”?

“Aquilo é realmente importante,” concorda Stanard. “É tudo engraçado e divertido, mas como eles irão se sentir se alguém realmente fizer alguma coisa? Eu acho que eles estão todos enganados, e tudo é apenas diversão.”

Ambas Taylor e Stanard dizem ter conhecido John Boucher, cuja filha Jeanne Maria discursou no protesto.

“Eu entendo a dor dela,” diz Stanard. “Ela perdeu seu pai. Mas é mais complicado que isso… muitas coisas estavam acontecendo com ele. Eu não quero entrar em pontos específicos porque é coisa de aconselhamento. Nós tentamos ajudar ele, e ele não conseguiu. Não é apenas uma coisa — isto ou aquilo aconteceu. Ele foi informado que não poderia obter aconselhamento porque ele estava fisicamente doente. Eu entendo completamente — ela está de coração partido. Ela nos elegeu como alvo.

“Nós somos o alvo errado,”, completa Taylor.

Taylor frequentemente refere-se ao livro “O que é Scientology?” e fornece uma cópia. O livro caracteriza as controvérsias na história da Scientology como uma batalha entre “duas forças opostas diametricamente” — os scientologists em um lado, e do outro um “pequeno grupo exclusivo de médicos e psiquiatras, que não sabiam nada sobre a mente humana, e nem ao menos leram Dianética.” A psiquiatria está atrás de outros ataques a igreja, de acordo com o livro, bem como a Food and Drug Administration, o IRS e a mídia.

Na página 542, que Taylor havia marcado com um post-it azul, o livro diz:

“Scientology e Dianética são tecnologias que funcionam se aplicadas exatamente. Se elas forem alteradas, os resultados não serão uniformes. Por esta razão, os textos da igreja são protegidos por direitos autorais e as palavras e símbolos que representam a tecnologia são marcas registradas… Algumas pessoas inescrupulosas tentaram, através de conduta desonesta, lucrar com as tecnologias da Dianética e Scientology… por ser proprietária das marcas registradas e direitos autorais da religião e fiscalizando seu uso apropriado, a igreja pode assegurar que tais atos mal-intencionados nunca ocorram.

Em outras palavras, nada de vídeos não autorizados de Tom Cruise.

Taylor diz que a igreja mudou desde os dias da Operação Snow White. As antigas práticas foram abandonadas, e ela diz que mudança em política da igreja é algo que Lerma nunca aceitou. Stanard concorda: “Ele não está na igreja a 35 anos. Quando ele está falando sobre a igreja, não é a igreja de hoje.”

Assim como a história de Xenu, que não é mencionada no “O que é Scientology?”, “Aquilo saiu direto do South Park,” diz Taylor. “Não é parte de nossa crença. Você só vai ver isso com pessoas como Arnie Lerma.”

FESTA DE ANIVERSÁRIO DE HUBBARD

A convenção do Anonymous em 20 de março não saiu bem como foi planejado. Originalmente agendado para ocorrer no mesmo hotel em Washington onde scientologists estavam celebrando o nascimento de L. Ron Hubbard, o Anonymous foi banido e seu depósito devolvido após o hotel ter sido informado de seus planos. Exilado para um edifício cavernoso em Crystal City — uma cidade de prédios comerciais vazios nos fins de semana do outro lado do rio, em Arlington — mais de 100 anons, a maioria mascarada, compareceu após uma parada para protestar do lado de fora do evento da Scientology. As placas de nomes na mesa de recepção do lado de fora da conferência diziam “Olá, meu nome é David.”

Um pedido por sugestões para o próximo protesto, agendado para o dia 12 de abril, atraiu algumas sugestões — a mais popular era “ball pit” (piscina de bolinhas). Alguns anons corajosos pegaram o microfone para matar o tempo, alguns eventualmente gritaram para os espectadores colocar seus sapatos sobre as cabeças. Eles prepararam o piso superior do hotel com bolo, ouviram silenciosamente quando um Freezoner — um membro de um grupo que pratica a Scientology fora da igreja oficial — falou sobre suas crenças e respondeu algumas perguntas, e um feed de internet ao vivo atraiu cerca de 80 pessoas, que postaram comentários que eram visualizados em uma enorme tela na frente ao salão.

Um anon no canto do salão de conferências começou a tocar músicas, começando com Rick Astley depois para a música “Party Hard” de Andrew W.K. Mais anons tomaram a pista de dança sob o olhar atento da câmera de vídeo (um comentário no telão: “P.Q.P! Ela tá tendo um ataque!!”). A próxima música é a Enturbulator 009, da banda Igreja dos Subgênios que em 2002 gravou um álbum com músicas hip-hop anti-Scientology. Ela começa assim:

” Scientology is trying to make me silent,
By telling other people that I’m violent,
They say that I’m a terrorist,
I’m really just a satirist,
A lyricist enjoying this particular mess.”

“A Scientology está tentando me silenciar,
dizendo aos outros que eu sou violento,
Eles dizem que sou um terrorista,
Na verdade sou só um sarrista,
Um letrisca que está se divertindo com essa bagunça em particular.”

Quando a música chega ao refrão, o Anonymous está cantando junto: “Fodam-se eles se eles não aguentam uma brincadeira/ e você não aguenta a brincadeira então foda-se.”

COMO A SEITA SE DEFENDE NOS BASTIDORES

Alguns dias após a convenção, um dos anons entrevistado para esta história enviou-no um email para dizer que ele e outros receberam uma carta, e nos forneceram uma cópia.

Ela é similar a outras cartas que segundo relatos foram recebidas por todo o país, entregues nas casas de anons, e vem de um escritório de advogados de Los Angeles contratado pela Igreja da Scientology Internacional. “Nós estamos enviando a você esta cara,” diz ela, “porque a igreja tem razões para acreditar que você pode estar dirigindo ou liderando alguma ou todas as ações do ‘Anonymou,’ e tem ajudado em sua campanha de violência ou incitação à violência contra a igreja ou seus membros, nós estamos preparados para tomar toda e qualquer medida necessária para proteger nosso cliente, incluindo denunciar qualquer indivíduo, incluindo você, para autoridades locais, estaduais e federais.”

O destinatário da carta, um calouro de faculdade, diz que não irá mudar seus planos, mas ele já contratou um advogado, “apenas por precaução.” Ele diz que está levando a carta a sério mas não cometeu nenhum ato ilegal.

“Eu não estou preocupado,” diz ele, “e definitivamente não vou parar.”

Clique AQUI para abrir o índice dos posts mais importantes a respeito da organização criminosa autodenominada religião (O que é Cientologia, Dianética, Quem foi seu fundador L. Ron Hubbard, O Grande Segredo da Cientologia)

10 thoughts on “A Guerra na Internet: Anonymous vs. Church of Scientology

  1. Este blog é a melhor fonte de informações em Português sobre Anonymous.

  2. Cara, dá dó ver este bando de desocupados e de adolescentes querendo aparecer se preocupando com Scientology. Se eles querem fazer algo de realmente significativo e acertar no alvo, deveriam dar uma olhada na história da igreja Católica, descobrir porque o Vaticano é o estado mais rico do mundo, os milhões que foram massacrados na america em nome desta religião, as inacreditáveis torturas da inquisição, o atraso à mentalidade ocidental causado por sua repressão, e a lista poderia continuar. Ou então dar uma boa olhada nas suas igrejas Cristãs onde o povo é sugado “voluntariamente” de seu dinheiro e onde é sabido e certo ocorrer lavagem cerebral para estorquir. Isto não é novidade.

    Agora me parece que estes anonimos devem estar sendo pagos por alguma organização que sente a ameaça da Scientologia, ou são uns babacas nerds que não têm o que fazer e começam a atacar o que não conhecem.

    Não sou scientologista, mas li a Dianética, e qualquer um pode perceber que há ali uma ciência séria e bem estruturada que visa o melhoramento da raça.

    E se dizem que estão cobrando caro os cursos da igreja, pare para pensar em quantos milhares de dólares você gastou na sua faculdade para se tornar um letrado desempregado, e verá o que deveria ser atacado. Pelo menos o que os caras estão ensinando é original. E pare também para pensar onde você estava em ocasiões de catástrofe. Muitos membros desta igreja Scientology estavam lá ajudando e dando duro. E vc, onde estava? Fazendo propaganda contra o mal da Scientology, provavelmente. Inclusive estes voluntários foram condecorados pela prefeitura de New York por sua ajuda no 11 de setembro

    Se os caras querem criar um sistema de psicanálise e chamar isto de religião, e cobrar por seus cursos, é problema deles. Pelo visto, o sistema funciona para livrar as pessoas de neuras mil, e isso é o bastante e muito mais do que o consolo espiritual de baixo nível obtido em muitos lugares.

    Estes teens anonimos devem estar sendo organizados por algum pastor milionário sentindo-se ameaçado. Pode ser que eu tenha colocado o dedo na ferida, ou não. Porque me espanta este monte de gente que poderia estar trabalhando, curtindo uma pessoa, um filho ou lendo um livro, vestindo estas máscaras ridículas de terrorista e saindo pra atacar algo que na maioria dos casos nem sabem direito o que é.

    Nesta briga de galo, dou mais ponto pra cientologia que são milhões de vezes mais inocentes que os pastores milionários americanos sem nem falar no clero católico. Você teria coragem de fazer parte de uma religião que queimava gente viva??????????????????????????????FALA SÉRIO

  3. Tudo isso que você falou fez sentido no momento em que eu retirei o “não” do “não sou scientologista”.

  4. Pois é Marcelo
    Depois do post, acabei fazendo parte desta “coisa maléfica e satânica” que está lutando pelo mundo todo contra o analfabetismo, a violência, drogas, direitos humanos (os NOSSOS direitos humanos), abusos psiquiátricos (lobotomias e coisas mil) dando auxílio em catástrofes, dando cursos gratuitos para instituições como bombeiros, igrejas diversas, e outras mais, sobre uma tecnologia que traz resultados práticos. Não leve a mal meu desabafo contra outras organizações atacadas com ou sem razão histórica. Apenas considere meu desabafo contra ataques infundados como excesso de zelo e repugnância contra calúnias infundadas. Se quiser saber se são fundadas ou infundadas, basta dirigir-se a um centro de Dianética ou Scientology e verificar tudo com seus próprios olhos. Entrei para Scientology e não me arrependo. As técnicas são realmente eficazes. Você aprende a se relacionar melhor com seu corpo, espaço e tempo, e com as pessoas. Sua comunicação melhora e se sente muito mais livre. Ninguém veio me cobrando nada. Pelo contrário, me deram muita coisa grátis, não me forçaram a NADA. Não me fizeram lavagem cerebral, nem me obrigaram a comprar nada. É por isto que dá uma certa revolta ver o tipo de coisas que estão publicando na Internet atacando algo que simplesmente funciona. Será que é por isto?
    Abraços e vamos juntos, como humanos, fazer algo; pois os tempos estão bicudos meus chapinhas:-)
    Fiquem com Deus
    Marcos

  5. KKKKKKKKKKKKKKKKKKK . olha quem fala de desocupado .marquinho meu lindinho vc igual q eu tardou bastante tempo em ler essa reportagem e em pensar e escrever resposta e em responder outra vez , assim q ( cá pra nós desocupados) não enche o S A C O .

  6. Amigo marcos, eu concordo na parte que o senhor diz que é preciso olhar para as outras religiões que fazem ou fizeram coisas piores, porém esse argumento é típico de pessoas preguiçosas, tudo tem que ter um começo, a anonymous resolveu começar por esta igreja, simples.

    O senhor fala da anonymous como um grupo de adolescentes desocupados, porém Marcos os desocupados são aqueles que veem o jornal nacional ou o fantastico e acreditam em tudo que veem , desocupados são os que acreditam em qualquer ”verdade” porque simplesmente pensam que confiam na pessoa que a diz.

    Adolescentes desocupados são os que passam o dia jogando joguinhos retardados, ou na rua soltando pipas, incomodando a vida alheia.

    Os anonymous marcos, os anonymous não são desocupados, os anon’s estão preocupados com a liberdade de expressão , com a liberdade da informação.

    Se você não acha significativo o que a anonymous faz, porque então se preocupa tanto em escrever dois post’s gigantescos criticando a ORGANIZAÇÃO ANONYMOUS.

    Bom , como eu não sou um desocupado como alguns são não irei ficar aqui postando que nem um louco para rebater as suas criticas e mostrar que você está errado em grande parte de suas acusações.

    Até mesmo porque o senhor não irá ver o que eu postei.

    O que espero é que , você que me lê neste momento, pense, reflita, e chegue a conclusão mais sensata, que a verdade é que toda organização é uma desorganização, nem toda verdade é mentira e nem toda mentira é verdade

    pense, reflita, analise as duas partes da história , não só desta história, mas de qualquer outra, esse é um dos segredos da vida.

    “We Are Anonymous. We Are Legion. We Do Not Forgive. We Do Not Forget. You Should Have Expected Us.”

  7. Amigo marcos, eu concordo na parte que o senhor diz que é preciso olhar para as outras religiões que fazem ou fizeram coisas piores, porém esse argumento é típico de pessoas preguiçosas, tudo tem que ter um começo, a anonymous resolveu começar por esta igreja, simples.

    O senhor fala da anonymous como um grupo de adolescentes desocupados, porém Marcos os desocupados são aqueles que veem o jornal nacional ou o fantastico e acreditam em tudo que veem , desocupados são os que acreditam em qualquer ”verdade” porque simplesmente pensam que confiam na pessoa que a diz.

    Adolescentes desocupados são os que passam o dia jogando joguinhos retardados, ou na rua soltando pipas, incomodando a vida alheia.

    Os anonymous marcos, os anonymous não são desocupados, os anon’s estão preocupados com a liberdade de expressão , com a liberdade da informação.

    Se você não acha significativo o que a anonymous faz, porque então se preocupa tanto em escrever dois post’s gigantescos criticando a ORGANIZAÇÃO ANONYMOUS.

    Bom , como eu não sou um desocupado como alguns são não irei ficar aqui postando que nem um louco para rebater as suas criticas e mostrar que você está errado em grande parte de suas acusações.

    Até mesmo porque o senhor não irá ver o que eu postei.

    O que espero é que , você que me lê neste momento, pense, reflita, e chegue a conclusão mais sensata, que a verdade é que toda organização é uma desorganização, nem toda verdade é mentira e nem toda mentira é verdade

    pense, reflita, analise as duas partes da história , não só desta história, mas de qualquer outra, esse é um dos segredos da vida.

    “We Are Anonymous. We Are Legion. We Do Not Forgive. We Do Not Forget. You Should Have Expected Us.”

    cya

  8. A idéia é que deve prevalecer, não importando qual é a luta, devemos estar unidos para mudar algo.
    Mesmo que o alvo seja uma pequena igreja caso tenhamos sucesso com ela podemos passar para outro escalão, do que adianta tentar derrubar um BOSS se não conseguimos derrubar alguns lobos.
    O mais importante é estarmos ciente dos problemas e estarmos incomodados com o mesmo, pois sem incomodo não haverá mudanças…

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